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Com um território de 1.700km², Grampians possui inúmeras trilhas e atrações para todos os lados, ficando difícil se decidir por onde começar. Por conta disso, resolvi montar uma lista com 9 passeios imperdíveis para que você possa curtir o Grampians e ter a melhor experiência possível!
Com pouco mais de um ano morando aqui em Melbourne, Grampians entrou para a lista dos meus destinos favoritos aqui no país. Não só pelo fato de te permitir entrar em contato com a natureza, mas principalmente pelo fato de tudo ser de graça!
Ele é aquele tipo de lugar que sempre que você for, haverá algo novo a se fazer e que parece nunca haver tempo suficiente para conhecer tudo.
1 – Pinnacle Lookout Walk
Trilhas! Isso é o que não falta no Grampians e é claro que elas estariam nesta lista, a começar por esta, que sem dúvidas, é a minha preferida. A trilha em si é bem aberta e sinalizada por placas e triângulos amarelos que indicam a direção pelos 2,1km de caminhada até o topo da montanha.
Apesar de ser uma subida constante, o ganho de altitude é de apenas 300m, então não chega a ser algo extremamente difícil.
Tanto é que vimos pessoas de todas as idades, inclusive crianças durante todo o percurso. Percurso este que leva algumas boas horas para ser completado, não pela dificuldade, mas pelo fato de parar toda hora para tirar fotos e se enfiar por entre as rochas para dar uma explorada extra.
A caminhada se inicia no Wonderland Car Park e vai beirando o Grand Canyon, que apesar do nome, não tem semelhança alguma com os cânions do Arizona, mas ainda impressionam e não deixam a desejar no quesito beleza.
Um dos grandes destaques da trilha é a “Silent Street”. Um caminho bem estreito por entre as rochas e completamente protegido do vento, gerando um silêncio inacreditável.
Ao chegar no topo, você se depara com um mirante e vistas incríveis que remetem um pouco às vistas que temos na Chapada Diamantina ou Veadeiros no Brasil. Aproveite o tempo para tirar boas fotos e lembre-se de prender bem o chapéu, pois venta demais e você poderá perdê-lo facilmente.
Distância: 4,2km ida e volta.
Nível de dificuldade: Moderado
Como chegar:
2 – Grand Canyon Walk
Mas se você não quiser se aventurar e ir até o topo da montanha, poderá fazer uma caminhada de aproximadamente 800m (ida e volta) passando por dentro do Grand Canyon. Sim, o mesmo que você vai beirando durante a trilha que te leva ao Pinnacle Lookout.
Visto que ambas partem do Wonderland Car Park, elas são ótimas opções para serem feitas juntas, tanto é, que em determinado momento elas se conectam. Mas atualmente (Maio/2021), a escadaria que conecta estas trilhas está fechada para manutenção, então você será obrigado a fazer os dois percursos separadamente.
Para verificar quais trechos da trilha estão abertos ou fechados, basta acessar o site oficial do parque.
Apesar de curta, a caminhada vale muito a pena por conta do lindo cenário composto pelo rio que corre entre os enormes paredões de pedras.
Distância: 800m ida e volta
Nível de dificuldade: Fácil
3 – Hollow Mountain (Wudjub-guyan)
Localizada ao norte do parque nacional, a Hollow Mountain não fica atrás em questão de beleza. No entanto, quando se trata de infra estrutura, ela é bem menos segura e preparada do que as trilhas anteriores.
Não existem grades de proteção, pontes ou corrimões para você se apoiar, tudo é feito diretamente nas pedras e você precisa tomar cuidado para não cair penhasco abaixo. Ela conta apenas com uns triângulos amarelos indicando a direção que você deve seguir.
A trilha de 2,2km (ida e volta) tem início no Hollow Mountain Carpark e segue por uma pequena caminhada até o local onde se inicia a subida da montanha. A partir daí são diversos pontos com grandes degraus de pedra, sendo que em alguns deles é preciso fazer uma pequena escalada para dar continuidade ao percurso. Então é importante que você vá com calçados e vestimentas apropriadas para a atividade, pois não há nenhum tipo de socorro na região ao redor.
Durante o percurso você ainda pode encontrar algumas aberturas nas rochas que formam pequenas cavernas para entrar e explorar um pouco mais. Do topo da Hollow Mountain você tem a vista para os enormes campos de plantação que ficam ao redor da montanha, além do enorme e impressionante paredão do Mount Stapylton.
De volta ao estacionamento, você tem a opção de caminhar por 600m para visualizar um abrigo na montanha com algumas pinturas rupestres feitas pelos Jardwadjali, povo nativo que viveu nesta região.
Distância: 2,2km ida e volta
Nível de dificuldade: Moderado-Difícil
Como chegar:
4 – Chatauqua Peak Loop Walk
Bem mais perto de Halls Gap, você encontra o Chatauqua Peak, acessado por uma trilha que diferente das outras citadas neste post, possui muito mais mata e menos pedras. Boa parte do percurso é feito em meio às árvores dando um ar mais fresco e que lembra um pouco as trilhas que fazíamos no Brasil.
Com um percurso de aproximadamente 5km ida e volta, ou em loop, você irá passar por diversos cenários até chegar no topo com uma vista maravilhosa para o Lago Bellfield.
Assim como a Hollow Mountain, não há muitas proteções no pico da montanha, então é importante ser responsável e não se arriscar demais. Há pontos em que o caminho é bastante estreito e um pouco tortuoso, podendo esconder algumas surpresas, que para muitos pode não ser muito agradável.
Quando estivemos por lá chegamos a ver uma cobra se esgueirando por entre as pedras, então todo cuidado é pouco! Além disso, fique de olho no tempo! Não se arrisque demais e inicie o retorno caso o tempo comece a fechar, pois no topo da montanha as pedras podem ficar bem escorregadias quando molhadas.
Há duas maneiras de se fazer esta trilha, em loop ou ida e volta, ambas partindo do Halls Gap Botanical Garden. Nós fizemos a versão ida e volta por conta do mau tempo e da chuva, mas se você optar por fazer a trilha em loop, também poderá visitar a Clematis Falls durante o percurso.
Distância: 5,2 km ida e volta ou 5,6km em loop.
Nível de dificuldade: Fácil – Moderado
Como chegar:
5 – Boroka Lookout
O mais lindo nascer do sol que já vimos na vida. Esta é a frase que descreve este passeio. Todo mundo sempre fala de ir ver o pôr do sol, mas você já experimentou ver o nascer do sol? Ir ao Boroka Lookout é a forma perfeita para você começar o dia.
Apesar de ter que acordar extremamente cedo, não há necessidade de fazer longas caminhadas e nem esforço físico. Basta parar o carro em uma das vagas do estacionamento e andar 200m até o mirante onde é possível assistir ao espetáculo.
Fique de olho nos sites de previsão do tempo, em geral eles mostram o horário do nascer do sol. Programe-se para chegar pelo menos 30 ou até 40 minutos antes e prepare a câmera e as blusas, pois como você pode imaginar, a temperatura é extremamente baixa.
Só fica o nosso alerta e a recomendação. Esta pedra que vocês estão vendo na foto acima não é segura! O risco de acidentes é enorme, tanto é que há grades de proteção que impedem a passagem e acesso à ela. Mesmo assim, ainda há pessoas que desrespeitam o sinal e pulam a grade para sentar ali e tirar uma foto. Foi assim que em dezembro de 2020 uma mulher caiu por mais de 80 metros de altura após ter ignorado os avisos.
Como chegar:
6 – Reed Lookout e The Balconies
Ainda que não tão bonito quanto o nascer, o pôr do sol no Grampians é outro item que entra para a lista dos passeios imperdíveis. Assim como o Boroka Lookout, aqui não é necessário fazer trilhas, pois o mirante fica exatamente de frente para o estacionamento. Por conta disso, é preciso chegar cedo para conseguir um lugar legal para assistir o “show”.
Ainda no mesmo local, você pode fazer uma pequena caminhada de 1km até os Balconies, um pequeno mirante que dá vista para esta formação rochosa, que como o próprio nome sugere, lembra a varanda de um apartamento. Durante o caminho é possível passar por alguns pontos interessantes que ficam voltados para o lado oposto de onde o sol se põe. Pare por alguns minutos para apreciar a vista do lago Wartook enquanto se senta e curte o silêncio do ambiente.
Infelizmente você não vai conseguir ver o pôr do sol dos Balconies, então organize-se para voltar até o Reed Lookout antes que o sol se ponha completamente!
Distância: 1.1km (até os Balconies)
Nível de dificuldade: Fácil
Como chegar:
7 – Lake Bellfield
Saindo um pouco das opções de trilhas e caminhadas, é hora de se sentar e relaxar à beira de um lago ou quem sabe, dar um mergulho e se refrescar! A apenas 6km de distância de Halls Gap, você encontra este gigantesco lago onde é possível entrar e nadar, isso se você tiver coragem. Afinal, com uma água tão gelada, fica difícil dizer que esta é uma tarefa fácil. Além disso, o solo coberto pelas águas é um tanto quanto lodoso, lembrando um pouco a textura de um manguezal, podendo causar uma sensação meio desconfortável para seus pés.
De qualquer maneira, caso você não esteja muito afim de se arriscar nas águas, vale a parada para colocar uma esteira no chão para fazer um picnic ou até mesmo só tomar um sol e relaxar entre uma trilha e outra.
Vale lembrar que não é permitido entrar no lago em qualquer região. Existem pontos específicos para a prática da atividade (marcado no mapa abaixo), além de ser altamente recomendado manter-se nas regiões mais rasas, pois além da baixa temperatura e grande profundidade, há muitas árvores na água com galhos que podem enroscar e causar algum acidente.
Como chegar:
8 – Mackenzie Falls
Com seus 35m de queda d’água, a Mackenzie Falls é considerada uma das maiores cachoeiras do estado de Victoria. E não só uma das maiores, mas para nós foi também uma das mais bonitas que já vimos por aqui.
O poço da cachoeira é acessado facilmente através de uma escadaria com aproximadamente 260 degraus, que faz parte da caminhada de 1km a partir do estacionamento. Para ir é moleza! No entanto, a volta é bem mais cansativa exigindo bem mais das pernas!
Mas para a infelicidade de quem já estava pensando em ir se banhar, fica o alerta de que é proibido nadar no poço. Ao menos este é o aviso que está em diversas placas espalhadas pelo local, pois não há salva vidas e nenhum tipo de resgate no local. Ainda assim, é possível ver muitas pessoas pulando dentro da água sem a menor preocupação.
O único defeito é que por ter um acesso tão fácil, em dias de alta temporada, a cachoeira tende a ficar “um pouco” cheia, de gente e consequentemente de sujeira. Muitas pessoas vão para lá e acabam deixando restos de comida, garrafas d’água, pacotes de bolacha, etc que caem rio abaixo e poluem toda a região. É importante frisar que não é proibido levar comida, mas lembre-se de sempre trazer todo o lixo de volta com você!
De qualquer maneira, o ideal é buscar algum cantinho mais afastado da cachoeira. Ao chegar no poço, caminhe por entre as pedras para o lado direito e você irá encontrar vários pontos onde é possível se sentar e colocar os pés na água enquanto relaxa e joga conversa fora com os amigos.
Distância: 2km ida e volta
Nível de dificuldade: Fácil – moderado
Como chegar:
9 – Splitters Falls
Por último, mas não menos importante, temos esta outra cachoeira, que apesar de menor é tão bonita quanto a Mackenzie. Para falar a verdade, acabamos preferindo esta, pois como não há um poço para se banhar no local, ela acaba ficando muito mais vazia. Além disso, a trilha que te leva até a cachoeira é muito mais interessante e super bem estruturada.
Há duas maneiras de se chegar na Splitters Falls, a primeira (que foi a que escolhemos) é através de uma pequena trilha de apenas 1,6km ida e volta partindo do Wonderland Car Park. Enquanto que a segunda é através de uma outra trilha bem mais longa, a Stoney Creek, que parte do centro de Halls Gap, passando por Venus Baths com uma extensão de 2,3km (somente ida).
O caminho é bem aberto e com poucos desafios com a exceção de algumas escadas de poucos degraus, mas também “decorada” com uma charmosa ponte onde é possível fazer algumas boas fotos caso você queira. Chegando na cachoeira, você se depara com uma queda não tão muito forte, mas boa o suficiente para entrar debaixo e deixar a natureza “renovar suas energias”!
Como chegar:
Dicas a lo Pobre
- Ao organizar um roteiro para o Grampians, tente agrupar os passeios de forma por “setores”, pois o parque Nacional é muito grande e você não perde tanto tempo com deslocamento!
- Para qualquer uma destas atividades é de extrema importância que você vá com calçado adequado. Há muitas trilhas com pedras que além de poderem estar escorregadias, são o ambiente propício para torções do pé.
- Todos os passeios são feitos em céu aberto, então não se esqueça do protetor solar ou até mesmo uma camiseta com proteção UV.
- Mesmo que você vá durante o verão, leve blusas corta vento e de frio, pois no topo das montanhas venta bastante e à noite a temperatura cai consideravelmente.
- Não hesite em ficar nos campings! Em sua maioria, eles possuem uma ótima infra estrutura e proporcionam um contato maior com a natureza, podendo até te permitir chegar bem pertinho de cangurus! Além disso, são extremamente baratos, permitindo que você passe dias viajando gastando muito pouco!
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