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Sem dúvidas, o melhor passeio da Chapada dos Veadeiros em Goiás é a trilha do Mirante da Janela. Esse é o tipo de passeio que você pode dizer: “se você não foi ao Mirante da Janela, você não foi para a Chapada dos Veadeiros!”.
Embora a trilha não possua uma dificuldade muito alta, em alguns pontos é necessário bastante cuidado para não cair devido ao solo irregular e algumas escadarias. Além disso, é necessário um pouco de atenção, pois apesar de ser bem demarcada e batida, algumas marcações (setas desenhadas em pedras) estão bem apagadas. Nada que um pouco de tecnologia (obrigado Wikiloc) e conversar com outras pessoas que estejam na trilha não resolva.
Assim como muitas das outras trilhas, esta aqui também não pede a contratação de um guia, mas é altamente recomendado para aqueles que não possuam experiência em trilhas e cachoeiras.
Início da trilha do Mirante da Janela
Logo no estacionamento do início da trilha você já verá a primeira das atrações. Um pedaço de quartzo debaixo de uma árvore que dizem trazer boas energias para aqueles que o tocam. Logo ao lado também há um espaço que dizem ser um estacionamento de disco-voadores. Não vimos nenhum ET por lá, mas vai que você dá a sorte? Ou azar… depende do ponto de vista! Como dissemos no post tudo sobre a Chapada dos Veadeiros, há muito misticismo envolvendo a região.
Após uns 400 metros de caminhada você vai encontrar a “bilheteria”. Uma casinha bem simplória onde pedem a colaboração de R$15,00 por pessoa para manutenção e cuidados da trilha. Outro motivo para a cobrança é que a trilha se encontra dentro de uma propriedade privada.
A partir de lá até o primeiro ponto de interesse, haverão diversos pontos para observação. Preste atenção para pequenas aberturas na lateral da trilha para encontrar alguns pontos bem legais para fotos. Mas não se engane! São apenas poucos metros, geralmente 2 ou 3. Se avançar demais, volte imediatamente pois você está indo por um caminho bem errado!
A Cachoeira do Abismo
Depois de aproximadamente 2km de caminhada você vai chegar na parte de cima da Cachoeira do Abismo e já será possível ter um gostinho do que está por vir.
Neste ponto é possível mergulhar em alguns poços que se formam antes da queda da cachoeira. Além disso, ainda é possível descer um pouco mais para ir em um terceiro poço e ficar debaixo de uma pequena queda d’água. Dada a dificuldade de acessar esta parte, mesmo com a trilha bem movimentada, o lugar ficou só para nós!
Lembrando que estes poços só se formam durante a época de chuvas, pois é quando esta cachoeira fica ativa. Então fica aí uma vantagem da época de chuvas!
Após descansar um pouco e contemplar a paisagem, vem o primeiro real desafio da trilha: encontrar o caminho correto entre as pedras para iniciar a descida. Há algumas setas bem discretas pintadas nas pedras, mas elas podem passar despercebidas se você não souber que elas existem.
Com ajuda das pessoas que estavam por lá e um pouco do aplicativo (wikiloc), conseguimos nos encontrar e continuamos o caminho. Não é muito difícil, mas como sempre, exige muito cuidado. Afinal, a queda não é pequena e o custo é alto.
Vencida a descida você vai chegar ao poço da Cachoeira do Abismo. Quando estivemos por lá, ela estava bem cheia de gente. Dessa forma, resolvemos passar reto e ir logo para o destino final, deixando para curtir a cachoeira só na volta e posso dizer que foi a melhor decisão que tomamos.
O Mirante da Janela
Continuando a trilha, chegamos em outro ponto crítico, mas agora ao invés de pedras, era barro. Para chegar à próxima parte da trilha, tínhamos que descer uma escadaria que estava em péssimas condições por conta das chuvas. Nesta seção da trilha, os joelhos podem sofrer um pouquinho por conta da altura dos degraus. #tovelho
Vencido mais este desafio, serão mais 500m em campo aberto até chegar ao ponto onde a mata se fecha novamente. Estes serão os últimos 400 metros de subida da trilha que irão levar a dois mirantes. O primeiro, feito de madeira te dá uma vista 360º de toda a região, do Salto 120 (uma cachoeira de lá de dentro do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros – PNCV) e de todo o Rio Preto. Curta o seu momento lá e depois siga em frente para o mirante natural.
Quando estiver lá em cima, combine com seu grupo de fazer um silêncio total por alguns minutos, assim vocês podem curtir somente o som da natureza e “sentir a vibe” do lugar.
Descendo desse primeiro mirante, finalmente será hora de ver o famoso Mirante da Janela! O ponto da foto abaixo não é muito simples de se encontrar. Você terá que caminhar seguindo a trilha até uma grande rocha, onde haverá uma leve descida e depois você deve virar para a esquerda, contornando a rocha. Falando assim, parece bem simples, mas a trilha começa a se fechar um pouco neste ponto e não existem placas ou marcas indicativas. Eu acabei subindo na rocha por onde era possível, não fiz o caminho pela trilha e acabei encontrando o mirante, mas foi mais sorte do que sapiência.
Contudo, caso esteja acompanhado de um guia você não vai ter dificuldades para encontrá-lo e se não estiver com um, as pessoas que estiverem por lá podem te dar dicas de como encontrar! E não desista! Afinal, ver que aquilo tudo foi criado naturalmente é simplesmente incrível e a sensação de paz ao estar lá em cima vale todo o esforço.
Pôr do sol na Cachoeira do Abismo
Passado um tempo curtindo tudo e tirando muitas fotos, inicie a volta e tente se programar para pegar o pôr do sol na Cachoeira do Abismo. Lembra que falei que passamos reto? Pois é, agora ela estava completamente vazia de pessoas e ficou exclusiva para nós. Então pudemos curtir e tirar fotos o tempo que quiséssemos.
Por mais que a vontade seja de ficar aí, só fiquem de olho no horário e não esperem que o sol se ponha completamente! Não se esqueça que você ainda tem uma caminhada de cerca de 2km pela frente e que apesar de não haver grandes desafios, a luminosidade já vai estar baixa. Além disso, você ainda tem que enfrentar aquele trecho das pedras lembra?
A minha recomendação é que você leve uma boa lanterna e/ou head-lamps, pois como você vai curtir o pôr do sol nesta cachoeira, todo o resto do caminho será feito no escuro!
Informações gerais da trilha do Mirante da Janela
Quando nós fomos, o tempo total gasto na trilha foi de 5 horas e 50 minutos distribuídos da seguinte forma:
- 2h50min caminhando
- 1 hora no topo da Cachoeira do Abismo (durante a ida)
- 1 hora e meia nos mirantes da Janela do Abismo
- 30 minutos no poço da Cachoeira do Abismo (durante a volta)
Então se você, assim como nós estiver indo lá em alta temporada, especialmente no carnaval, eu aconselharia iniciar a trilha lá pelo meio dia. Embora o horário não seja muito propício por conta do sol, conseguimos pegar o Mirante da Janela e a Cachoeira do Abismo sem ninguém.
Caso não queira fazer a trilha no escuro, então opte por iniciar ela o mais cedo possível!
Aqui você tem encontra o tracklog da trilha que fizemos!
Guia:
Se você não está confiante de fazer esta trilha por conta própria e quer o auxílio de um profissional, vou deixar aqui o contato de um guia para te guiar por todo o percurso! O interessante é que caso você não tenha carro, dá para combinar com ele te buscar e levar até o local com o carro dele.
Nome: Veri
Telefone/Whatsapp: 62 9609-7019
Nível de dificuldade:
- Moderado. Apesar de dois pontos críticos, todo o resto é de fácil caminhada sem grandes dificuldades.
Horário de funcionamento:
- A trilha fica dentro de uma propriedade privada e não existe um horário muito definido.
Valor do ingresso:
- Público geral: R$15,00
Este valor é de 2019, mas acreditamos que dependendo do tamanho do seu grupo é possível negociar com o pessoal que cobra o “ingresso”. Além disso, é muito importante salientar que eles não aceitam cartão, então levem dinheiro!
Como chegar:
O caminho até o início da trilha é basicamente o mesmo do PNCV, mas na bifurcação que indica o caminho para o parque, pegue o caminho da esquerda e siga pela estrada de terra por aproximadamente 2km. Logo você chegará ao estacionamento da trilha.
Gostou do relato? Então é só montar a sua mochila e partir para a trilha! Se tiver dúvidas, escreva aqui o seu comentário.
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