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Protegendo uma área de 240.611 hectares, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV) abriga inúmeras espécies de plantas, animais e muitos rios, formando uma paisagem única e intocada pelo homem. O local é considerado patrimônio mundial natural da humanidade pela UNESCO desde 2001 e hoje conta com pelo menos 4 atrações abertas para visitação do público.
O Parque Nacional fica localizado na cidade de Alto Paraíso de Goiás, em Goiás. Caso você queira saber mais informações de como chegar, onde ficar e a melhor época para conhecer a Chapada dos Veadeiros, veja o post tudo sobre a Chapada dos Veadeiros.
Cada uma das trilhas do Parque Nacional possui suas particularidades e belezas que serão listadas aqui neste post. Espero poder ajudar você a curtir ao máximo esta joia que temos bem no meio do Brasil!
A primeira coisa que você deve saber é que cada atração possui um limite diário para visitação, então é muito aconselhável que você chegue cedo, especialmente em épocas de alta temporada. Para se ter uma noção, nós fomos no carnaval e chegamos no parque por volta das 7 da manhã e já havia uma fila considerável, sendo que o parque abria somente às 8 horas.
Assim que entrar no parque, você será direcionado a uma sala onde é passado um vídeo explicando toda a sua história, quais atrativos vocês têm para fazer e alertando sobre a boa conduta para preservação do meio ambiente.
Terminado o vídeo, será necessário assinar uma ficha dizendo qual passeios farão e qual o tamanho do grupo para que eles tenham controle de quem está indo para onde. Feito isso, é hora de começar a trilha!
1 – Trilha dos Saltos, Carrossel e Corredeiras
A principal trilha do parque com um percurso total de 12km ou 11km se você excluir o Carrossel e Corredeiras (o que eu não aconselho). Esta trilha possui quatro pontos de parada:
- Mirante Saltos do Rio Preto (Salto 120)
- Cachoeira do Garimpão (Salto 80)
- Mirante do Carrossel
- Corredeiras
A trilha é bem sinalizada e demarcada, bastando seguir as setas amarelas para não se perder.
Salto 120 e Salto 80
A primeira parada fica depois de mais ou menos 5km de caminhada. O Mirante Saltos do Rio Preto, de onde é possível avistar a cachoeira do Salto 120. Ela recebe este nome por conta de seus 120 metros de queda e inclusive compõe um dos principais cartões postais da Chapada dos Veadeiros.
Para os que amam cachoeiras esta aqui é somente para contemplação, pois não existe acesso ao seu poço.
Em seguida, após caminhar mais 800 metros, você vai encontrar a segunda parada que é a Cachoeira do Garimpão, também conhecida como Salto 80 por conta de seus 80 metros de queda. Ao contrário do Salto 120, esta possui um poço onde é possível entrar e nadar! Mas lembre-se de ficar atento nos dias de chuva, devido ao risco de tromba d’água.
Na foto acima você consegue até ver umas pessoas se arriscando dentro da água, mas dada a chuva que estava muito forte no momento que chegamos lá, não quisemos nos arriscar. Também não nos aventuramos a chegar muito próximo da cachoeira, pois estava cheio de gente. E aí você junta pedras escorregadias e acúmulo de pessoas, não pode dar bom não é mesmo? Então resolvemos seguir para o próximo ponto.
Mirante do Carrossel e Corredeiras
Continuando o percurso, você vai chegar numa placa indicando o início da trilha que leva até o Mirante do Carrossel e às Corredeiras. Neste momento você terá a opção de iniciar o retorno para a entrada do parque ou seguir adiante e ver o Carrossel e as Corredeiras, que foi o que fizemos.
A partir desta placa, são somente 588 metros de caminhada até o mirante do Carrossel e que valem muito à pena! Apesar de ter feito a trilha debaixo da chuva e com o céu encoberto, a caminhada foi bem agradável e o mirante proporcionou um belo visual do Rio Preto.
Seguindo em frente… ou não! Nós infelizmente não pudemos fazer o trecho que interliga o Carrossel e as Corredeiras por conta da chuva (um ponto negativo para esta época), pois o trecho estava perigoso demais e o pessoal do parque acabou fechando. Mas calma, mesmo não podendo ir pela trilha normal, é possível voltar por onde você veio e ir até as Corredeiras pelo caminho aberto para carros (o trecho em branco lá da placa).
As Corredeiras são um ótimo local para nadar e passar um tempo descansando depois de tanto andar, subir e descer. Mas para variar nós tivemos nossos planos um pouco estragados pelas chuvas e não pudemos entrar na água por conta do volume absurdo de água.
Sendo assim, a única coisa que nos restou foi sentar um pouco, colocar as roupas para secar e dar risada da situação! Afinal, se está fora do nosso controle não tem muito o que fazer não é?
No entanto, fique de olho no tempo, mas desta vez do relógio! Das Corredeiras até a entrada do parque são mais 3km de caminhada e o parque fecha às 18 horas. Lembra que eu falei lá no começo que você deve assinar uma ficha dizendo qual trecho irá fazer? Então, se você não der as caras até às 18, eles vão sair te procurando pela trilha.
Nível de dificuldade:
Na minha opinião eu diria que é moderada para pesada. Apesar de ter alguns pontos de descanso durante todo o percurso, ela exige um certo condicionamento físico e pode “cobrar” um pouco dos seus joelhos por conta da grande quantidade de subidas e descidas.
Limite diário: 450 pessoas
2 – Trilha dos Cânions e Carioquinhas
Tão longa quanto a trilha dos Saltos, esta trilha possui 3 pontos de parada:
- Cânions I
- Cânions II
- Carioquinhas ou Cariocas
Antes de iniciar a trilha, informe-se na recepção do Parque Nacional para saber quais pontos estão abertos e fechados. Por conta da geografia local, é muito comum que um dos Cânions, ou até mesmo ambos, estejam fechados por conta das condições climáticas (nosso caso) ou preservação ambiental.
A trilha é toda sinalizada e autoguiada através de setas vermelhas que indicam a direção que você deve seguir. Há uma bifurcação a mais ou menos 5km de trilha onde você poderá escolher entre seguir para os Cânions ou ir direto para a cachoeira Cariocas. O ideal é ir primeiro para os Cânions já que a Cariocas é mais propícia para banho.
Localizado a mais ou menos 1km depois da bifurcação, os Cânions I são a primeira parada. Por conta do terreno irregular e quantidade de pedras no rio, não é aconselhável que se faça nada além de tirar fotos do local, então deixe para nadar somente no poço dos Cânions II e/ou Cariocas.
Seguindo em frente, ou melhor, voltando um pouco na trilha, temos a segunda parada que são os Cânions II. Muito mais seguros que o primeiro, eles contam com um grande poço onde é possível nadar, e se tiver coragem, praticar o “cliff jumping” em determinados pontos. Mas fica o alerta, nunca salte se você não sabe qual a profundidade ou o que se encontra debaixo da água. Por ser uma região com muitas pedras você pode se acidentar feio, então sempre consulte um guia antes!
Voltando até a bifurcação da trilha, você pode ir em direção à terceira e última parada que é a Cachoeira Carioquinhas. São somente 600m de caminhada a partir da bifurcação e você poderá se banhar e nadar no poço da cachoeira antes de iniciar toda a jornada de volta até a entrada do parque.
Nível de dificuldade:
Apesar de ser uma trilha bem “batida”, sinalizada e com pouco desnível, é considerada de nível moderado por conta dos seus longos 12 km de extensão (ida e volta).
Limite diário: 300 pessoas
3 – Trilha da Seriema
Esta trilha é a primeira que você vai ver assim que passar pelo posto de controle (aquele que pergunta aonde você vai) dentro do Parque Nacional.
Ela tem somente 400 metros de extensão, resultando em um percurso total de 800 metros de terreno plano e fácil circulação, o que a torna perfeita para famílias com crianças pequenas, idosos e até mesmo grávidas. Para não se perder basta você seguir as setas azuis.
No entanto, vale dizer que em época de seca, a cachoeira da Seriema pode ficar com um fluxo de água bem pequeno.
Nível de dificuldade:
Como já dito anteriormente, a trilha possui um nível de dificuldade bastante baixo, sendo recomendada para todas as idades.
Limite diário: 30 pessoas
4 – Travessia das Sete Quedas
A maior e mais complexa de todas, a trilha possui 23 km de extensão que devem ser percorridos em 2 dias, ou seja, é necessário levar uma barraca para acampar!
Por mais que pareça que você vai visitar 7 cachoeiras diferentes, Sete Quedas é apenas o nome da cachoeira principal desta trilha.
O percurso se divide em 2 dias de caminhada, sendo 17km no primeiro dia e mais 6km no segundo. O roteiro da trilha é dividido em basicamente 8 passos que estão super bem descritos no Guia de Bolso das Sete Quedas disponibilizado pelo próprio PNCV.
O melhor desta trilha é que você consegue ver algo que a maioria das pessoas não vai conseguir, que é o nascer do sol de dentro do parque.
Então se você optar por fazer esta trilha, terá que seguir as setas vermelhas e ir em direção ao Cânion I. Chegando lá, você deve começar a seguir as setas laranjas.
O ideal é não fazer esta travessia em épocas de chuva, porque como já falei anteriormente, alguns pontos podem ser fechados, como os Cânions I e o percurso conta com diversos pontos em que você terá que cruzar o rio e caso ele esteja alto/forte demais, seu passeio pode ser interrompido. Mas quem vai dizer melhor se é ou não é possível de se fazer é o seu guia e/ou os funcionários do parque.
Uma informação muito importante é que o parque nacional não conta com um serviço de resgate (sim, é estranho), dessa forma, qualquer problema que ocorra será necessário acionar os bombeiros. Então segurança em primeiro lugar! Não se exponha a riscos desnecessários e tenha sempre um celular carregado para qualquer necessidade.
Agora um último conselho/dica. Se você não tem nenhuma experiência com trilhas/travessias, não tente fazer isso sozinho! Contrate um guia para que sua experiência seja a melhor e mais segura possível!
Nível de dificuldade:
Nem preciso dizer que este tipo de trilha não é para qualquer um não é mesmo? Afinal, fazer uma trilha carregando todo o equipamento de camping não é para qualquer um. Ela vai exigir bastante do seu físico e acreditem, alguns quilos a mais nas suas costas por 23km vão fazer muita diferença.
Limite diário: 30 pessoas acampadas/noite
Informações sobre o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
Horário de funcionamento:
- Todos os dias das 08:00 às 18:00, com entrada permitida somente até às 12:00.
Valor do ingresso:
- Estrangeiros: R$ 36,00;
- Estrangeiros Mercosul: R$ 27,00;
- Brasileiros: R$ 18,00;
- Moradores do Entorno: R$ 4,00.
Como chegar:
A entrada do parque fica na cidade de São Jorge, então para quem estiver hospedado na cidade e tiver pique, é possível ir à pé. Mas para os que vão de carro, o local conta com um estacionamento, cujo valor é de R$15,00 (valor de 2019) pagos ao deixar o carro e eles só aceitam dinheiro. Vale dizer que o estacionamento não tem vínculo nenhum com o parque, o que livra a administração do parque por quaisquer danos ao carro e aos pertences dentro dele. Nada aconteceu com o nosso carro, mas precaução nunca é demais né?
Dica: Se você pretende visitar o parque mais de uma vez considere se hospedar na cidade de São Jorge! Porque além ficar pertinho do parque, você vai estar perto de vários outros pontos turísticos da região, economizando muito tempo e dinheiro!
Não deixe de incluir o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros no seu roteiro! Ficou faltando falar alguma coisa? Coloque aqui nos comentários! Será um prazer complementar o blog com suas informações e fazer toda a comunidade de viajantes crescer!
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